Abismo de um amor




O abismo
De um amor
(Alguns chamam dor)
Maltratado
Atado
Desatado
Alado
Ao lado
Ou
Ao longe...
Não é tão fundo
Assim
sim...
im...
m...
.

Apenas uma palavra


Distante
E ao mesmo tempo
Perto.

Perto...
Talvez não ao mesmo tempo.
Talvez...
Talvez sim
Talvez não
Apenas
Talvez.

Apenas...
Apenas uma palavra
Uma pequena palavra.

Uma imensurável beleza
Cerca-me
Norteia-me
Confundi-me
Apaixona-me...
Perto...
E ao mesmo tempo
Distante.

À deriva



Estou perdido em um mar sem fim
Finalmente
Perdido.

Ao longe alguém chama
Chama que arde
Que incendeia.

De perto eu contesto
Com eco
Com sangue.

E continuo sem rumo
Sem prumo
Sem remo.

Eu sinto muito


Eu sinto
Muito,
Amor.
Em meio (ou inteiro)
à dor.
Dor
de amar (ou tentar),
sentir
alguma coisa,
qualquer coisa.
Mas às vezes (ou quase sempre),
eu tenho a impressão (ou certeza)
de que
o que sinto,
na verdade,
não tem
nome.

Invisível insignificância



Na minha invisível insignificância,
Espero-te.

Com minhas palavras mudas,
Falo-te.

Com meu distante olhar,
Observo-te.

Com meus silenciosos passos,
Paro.

No meu sorriso sem graça,
Perco-te
Entre meu choro sem lágrimas.

Sua distância




Sua distância me causa a falta.
A falta de algum pensamento que seja.
 falta algo,
alguém.

Sua distância me causa medo.
Medo de esquecer o que não vejo,
medo de não saber o tamanho da distância,
medo de me perder na busca,
na tentativa de suprir
essa falta.

Sua distância me causa algo que não sei explicar.
Algo misterioso,
que corrói por dentro,
algo invisível,
sem cheiro,
sem peso,
sem tamanho.
Talvez seja saudade.

Saudade do que nunca vi.

Luz desconhecida



Embriagado numa luz desconhecida
Perdi-me sem rumo e sem alento
Pensei ser a lua perdida
No meio da rua com o vento,
Mas essa luz tinha mais vida
Mais do que a minha, naquele momento.

Sem saber onde estava
Tomei essa luz como guia
Por trilhas e estradas
Por noites e dias
Caminhava, caminhava...
E o vento se tornava ventania.

Logo fui caindo,
Meus olhos se fechando,
O meu ânimo sumindo,
A luz se apagando
E meu coração,

ainda valente,
aos poucos foi parando.


Olhar




A janela da alma
nunca foi tão bela
alguns olham
da janela
outros
para ela
admirando
e pensando
e passando
e voltando
a admirar
e a falar
Nossa!
Que janela mais bela
é esse seu olhar.

O que esperas?



O que esperas?
Um príncipe num cavalo branco?
Uma chuva de perfeição?
Uma Lua particular?
A beleza efêmera de todas as rosas?

O que esperas?
Um olhar arrebatador?
Uma palavra delirante?
Um abraço em segredo?
Um beijo embriagante?

O que esperas?
Debruçada na janela
Nesse sonho
Acordada?

Sono fatal



Um sono fatal
invade-me.
Meus olhos já não me obedecem.
um peso descomunal,
acumula-se sobre minhas pálpebras.
O que era claro,
límpido, desnublado
já se torna turvo.
Numa penumbra assustadora.
Tão assustadora que...
Que talvez deixar
os olhos se cerrarem
seja a melhor opção.
Opção... Talvez nem isso
Eu tenha.

Poeta





Com o coração sangrando
o poeta consegue escrever
Sobre o mistério de uma vida
ou sobre a subjetividade
de uma linha
sem transparecer uma gota sequer
de sangue.
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