No silêncio da noite
No silêncio da noite
o vento passa devagar
para não romper a calmaria,
e na sua passagem poder escutar
as palavras ditas com a alma,
sem ser pronunciadas,
faladas baixinhas
com um singelo olhar,
escritas pequenas
com letras invisíveis.
No silêncio da noite
o vento passa devagar
e testemunha o que ninguém viu.
O riso sem motivo,
o choro sem tristeza,
a distância sem medidas,
o segredo revelado
para a luz da lua
e a penumbra da noite.
Distância
Sua distância
Deixa-me perto do vazio
Cheio de angústias e sonhos,
Sonhos de uma realidade utópica
De enchentes de contradições,
De estiagens de amor.
Uma distância
Sem medidas
E medida todos os dias
Uma distância
Sem tamanho
E maior do que o próprio pensamento
Uma distância
Invisível, indescritível e indolor
Que de ver pude escrever
E de ler pude sentir.
O dia que não passava
Em um distante lugar
Vivia um homem normal
Que se contentava em observar
A repetição natural
Do tempo passar
Sempre todo igual.
Observava pela janela
A vida se repetir
Aquela coisa bela
Que muitos diziam ali
Mal sabia a cidadela
Que ele não conseguia dormir.
Não era uma doença
Ou um medo exagerado
Não era uma crença
Ou algo relacionado
Era apenas a presença
Do tempo parado.
E lá ele ficou
Até não poder mais
E num colapso observou
O que ficou pra trás
Que o tempo não parou
Ele que observou demais.
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